Muito se tem falado sobre a operação deflagrada pelo Ministério Público Federal - MPF denominada “Lava Jato”, tendo como foco principal o combate e apuração de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, tendo como vítima a maior estatal do país, a Petrobras.
Segundo o MPF, estima-se que o montante desviado já alcance a casa de “Bilhões” de reais, isso conforme as informações arrecadas até o momento, o que não impede que se alcance números ainda superiores, gerando crise, instabilidade financeira e, sobretudo, desesperança em um Brasil correto e limpo.
Nesse cenário, onde os “bandidos” se encontram em posições de privilégio e poder no país, destacando-se como grandes empreiteiros, executivos de alto graus, operadores financeiros e principalmente agentes políticos, o povo cansado de impunidade e no intuito de satisfazer ainda que minimamente seu clamor por justiça, adota novos Heróis.
Assim, surge a figura do Juiz Federal Sérgio Moro, responsável por conduzir a Operação Lava Jato, e finalmente colocar atrás das grades políticos e empresários “sujos”, acendendo no Brasil uma nova chama de esperança para a nação.
O interessante é pensarmos na razão que leva cidadãos a depositarem suas esperanças e anseios na figura de um juiz, que embora se mostre como herói para muitos, não possui poderes, somente aqueles que a lei lhe atribui.
A “carência de heróis” surge em função situação fática nacional, onde os poderosos gastam o dinheiro público, todos sabem, e ninguém faz nada, gerando a sensação de que ninguém pode fazer valer a lei. Assim, quando aparecem sujeitos determinados a fazer a diferença, passam a ser vistos como heróis.
No presente caso, o Juiz Federal Sergio Moro vêm atuando ativamente com o intuito de apurar e responsabilizar todos os responsáveis pelo maior rombo conhecido nos cofres públicos e, ainda que para muitos que possuem alguns conhecimento legal o interpretem como um “justiceiro”, o que as vezes não é bem visto pelos doutores e críticos jurídicos, sua postura agrada a maioria dos brasileiros.
Justiceiro, ainda que remeta a um conceito cinematográfico, onde homens empunhando suas armas destroem os homens maus, nos parece o termo correto para enquadrar o juiz, isso porque segundo consagra o dicionário brasileiro, justiceiro é tão somente aquele que faz justiça, aqui sendo aquela realizada através das leis.
Assim sendo, o cidadão brasileiro tem todo o direito de eleger para si seus heróis, sejam eles homens reais ou fictícios, de modo que essa crença consiga lhe trazer a sensação se justiça e de serviço bem feito. Se quem controla o país politicamente e financeiramente, roubando e falindo-o são vilões, nossa única solução é ainda acreditar em heróis.
