Durante a faculdade de ciências jurídicas me ensinaram que o advogado elabora petições iniciais após um longo tempo de estudo e análise de documentos trazidos pelo cliente. Em uma outra etapa, me ensinaram que o advogado sobe na tribuna, argumenta eloqüentemente sobre seus fundamentos estudados e convence desembargadores sobre o pedido de seu cliente para depois sentar-se em um bar e comemorar o triunfo tão arduamente conseguido.
Entretanto, esqueceram de me ensinar ainda na faculdade que o advogado antes de comemorar uma vitória judicial ele precisa aprender a base da advocacia, serviços como organizar os documentos para protocolo, converter-los para o formato aceito pelo sistema de peticionamento eletrônico, fazer um protocolo, conversar e convencer o escrivão de que o pedido é urgente e merece prioridade, requerer documentos em órgãos públicos, saber o momento certo de se indignar e o momento certo de aceitar justificativas infundadas de servidores públicos, saber lidar com os funcionários de bancos, fazer uma lista de nomes para se lembrar a fim de que o serviço flua melhor em uma futura oportunidade, dentre outros.
Enfim, antes de o advogado criar a petição inicial dos sonhos e fazer a sustentação oral digna de episódio do seriado americano “Suits”, é preciso que a base tenha sido trabalhada por alguém e, essa base pode-se dizer que é apenas um pedaço pequeno do serviço do correspondente jurídico.
Como dizia o fenômeno do cinema mudo: “Conhecer o homem, esta é a base de todo o sucesso” Charles Chaplin