Forças Armadas do Brasil sofrem redução de 44% do seu orçamento e tendem a ficar sem recursos no mês que vem


16/08/2017 às 14h15
Por André Arnaldo Pereira

Por causa do debate para o ajuste da meta fiscal e da redução de despesas do Governo Federal, as Forças Armadas do Brasil (FAB) exigem a melhoria no orçamento, que encolheu cerca de 44% nos últimos cinco anos. Desde 2012, a quantia inicial de R$ 17 bilhões caiu para menos de dez bilhões.

No entanto, esses recursos não contam com os custos obrigatórios para alimentar, remunerar e tratar do bem estar dos militares da Aeronáutica, Marinha e do Exército.

Forças Armadas podem ficar sem dinheiro em setembro

De acordo com informações do comando das Forças Armadas, o corte neste ano girou em torno de 40%, sendo que os valores dão conta de pagar todos os gastos até o mês que vem. Se não ocorrer nenhuma liberação financeira, a saída culminará com a diminuição das horas de trabalho e adiantar a dispensa dos recursos.

No momento, já existe a troca do quadro de funcionários formais por temporários para diminuir as despesas previdenciárias. Os representantes acreditam que existe um alto perigo de colapso da Marinha, Exército e Aeronáutica.

Prova disto é que diversos setores já estão sendo afetados. Por exemplo, a Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército, que tem a missão de acompanhar a utilização de explosivas, teve a sua capacidade reduzida consideravelmente para evitar o acesso a dinamites por partes de organizações criminosas, que realizam assaltos a agências bancarias e caixas eletrônicos em todo o território nacional.

O Comando do Exército declarou que a redução do orçamento limita exponencialmente a fiscalização da utilização destes elementos explosivos, facilitando a elevação dos casos de explosões de caixas eletrônicos e prejuízos para bancos, a população e até mesmo os governos municipais e estaduais. Além disso, esse departamento presta suporte às unidades de segurança pública, que já reclamam da falta de investimento federal.

Governo responde aos cortes nas Forças Armadas

Em entrevista concedida ao jornal Estado de São Paulo, o presidente da República, Michel Temer, afirma que está fazendo o possível para reduzir o impacto dos cortes de verbas nas mais variadas áreas. Temer também declarou que deseja “devolver o dinheiro para inúmeros setores da administração, sobretudo, as Forças Armadas”.

Em nota à imprensa, o Ministério do Planejamento ressalta que está  comprometido a sanar as dificuldades mais severas. “Entretanto, qualquer ampliação de limites, sem que haja redução em outros ministérios, depende do aumento do espaço fiscal”, consta no comunicado oficial.

Forças Armadas perto do colapso

Enquanto o Governo Federal busca equilibrar o orçamento fiscal, as Forças Armadas acreditam que esses cortes vão gerar até mesmo a defasagem na fiscalização da fronteira. As equipes do Exercito que se encontram na Amazônia e as unidades da Marinha nos rios e na costa já estão sofrendo os efeitos.

Em função da necessidade de poupar recursos, a Aeronáutica suspendeu as ações, diminuiu a quantidade de funcionários e eliminou unidades permanentes que se situavam nas bases operacionais nas cidades de Fortaleza, Santos, Afonsos (RJ) e Florianópolis.

  • forças armadas

André Arnaldo Pereira

Advogado - Santa Rosa, RS


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