A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O DIREITO


18/12/2023 às 17h39
Por Clayton Alencar Correspondente Jurídico

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FREITAS,  C. A.;  LACERDA,  E. V. A  termodinâmica  do  oscilador  harmônico.  Revista  Eletrônica Amplamente, 
Natal/RN, v. 2, n. 3, p. 107-123, jul./set. 2023. ISSN: 2965-0003. 
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A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O DIREITO 
Clayton Alencar de Freitas 
Bacharelando em Direito da Faculdade São Francisco da Paraíba – FASP – Cajazeiras; Pós-graduando em 
Direito Previdenciário e Direito Trabalhista pela Faculdade São Francisco da Paraíba – FASP – Cajazeiras; 
Pós-graduando em Mediação e Conciliação de conflitos pelo Centro de Mediadores DF. 
http://lattes.cnpq.br/3710507121305836  
https://orcid.org/0009-0008-4234-836X 
E-mail: [email protected]  
 
Edmundo Vieira de Lacerda 
Doutorando em Ciências da Educação. Mestre em Ciências da Educação e Especialista em Metodologia do 
Ensino; Direitos Humanos e Desenvolvimento; Psicanálise Aplicada à Educação e Saúde e Gestão Pública. 
Advogado. Docente do Curso de Direito da Faculdade São Francisco da Paraíba – FASP – Cajazeiras.  
http://lattes.cnpq.br/7092119722219291 
https://orcid.org/0000-0003-0925-2522  
E-mail: [email protected]  
 
DOI-Geral: http://dx.doi.org/10.47538/RA-2023.V2N3    
DOI-Individual: http://dx.doi.org/10.47538/RA-2023.V2N3-08  
 
RESUMO:  Este  estudo  aborda  o  impacto  da  inteligência  artificial  (IA)  no  campo 
jurídico, explorando como a IA está sendo usada para automatizar tarefas rotineiras, tais 
como: pesquisa de jurisprudência, revisão de contratos e redação de documentos legais. 
Discute-se  como  a  implementação  da  IA  afeta  a  eficiência  e  a  precisão  do  trabalho 
jurídico, bem como os desafios éticos e legais associados, incluindo a responsabilidade 
por decisões algorítmicas e a imparcialidade dos sistemas de IA. Também é destacado o 
papel da IA na democratização do acesso à justiça e a necessidade de regulamentação 
para  garantir  uma  implementação  ética  e  transparente  da  IA  no  campo  jurídico.  A 
metodologia  utilizada  para  elaboração  do  presente  artigo  se  deu  através  da  revisão 
bibliográfica, utilizando-se estudos obtidos pelas bases de pesquisas SciELO, Scopus e 
Google Acadêmico.  
PALAVRAS-CHAVE: Inteligência artificial. Automação. Direito. 
ARTIFICIAL INTELLIGENCE AND THE LAW 
ABSTRACT: This study addresses the impact of artificial intelligence (AI) on the legal 
field, exploring how AI is being used to automate routine tasks such as: researching case 
law,  reviewing  contracts  and  drafting  legal  documents.  It  discusses  how  the 
implementation of AI affects the efficiency and accuracy of legal work, as well as the 
associated ethical and legal challenges, including accountability for algorithmic decisions 
and the impartiality of AI systems. Also highlighted is the role of AI in democratizing 
access  to  justice  and  the  need  for  regulation  to  ensure  an  ethical  and  transparent 
implementation of AI in the legal field. The methodology used to prepare this article was 
through a bibliographical review, using studies obtained from the SciELO, Scopus and 
Google Scholar research bases. 
KEYWORDS: Artificial intelligence. Automation. Law course. 
  
 
 
 
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FREITAS,  C. A.;  LACERDA,  E. V. A  termodinâmica  do  oscilador  harmônico.  Revista  Eletrônica Amplamente, 
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INTRODUÇÃO 
A inteligência artificial (IA) está revolucionando inúmeros setores da sociedade e 
o  campo  jurídico  não  é  exceção.  A  interseção  entre  inteligência  artificial  e  direito 
apresenta desafios e oportunidades únicas que estão redefinindo a maneira como a justiça 
é administrada. Com o avanço da tecnologia e a capacidade crescente das máquinas de 
processar grandes volumes de dados e tomar decisões complexas, surge a necessidade de 
explorar o impacto da inteligência artificial no sistema jurídico e examinar as implicações 
éticas, legais e sociais dessa evolução. 
A inteligência artificial, por meio de algoritmos e aprendizado de máquina, tem o 
potencial de automatizar tarefas rotineiras, melhorar a eficiência dos processos legais e 
auxiliar os profissionais do direito em suas atividades diárias. Ela pode analisar grandes 
volumes  de  informações  legais,  pesquisar  casos  precedentes,  auxiliar  na  redação  de 
documentos  legais  e  até  mesmo  fornecer  assistência  virtual  aos  advogados.  Essas 
ferramentas podem agilizar o trabalho jurídico, aumentar a precisão das análises e liberar 
tempo para os profissionais se concentrarem em questões mais complexas e estratégicas. 
No entanto, a implementação da inteligência artificial no campo jurídico também 
traz  desafios  significativos.  Um  dos  principais  dilemas  é  garantir  a  transparência  e  a 
responsabilidade dos sistemas de IA. A tomada de decisões automatizada levanta questões 
sobre a responsabilidade legal em casos de erros ou consequências negativas resultantes 
de decisões algorítmicas. Além disso, a IA pode ser tendenciosa ou discriminatória se os 
dados usados para treiná-la forem enviesados. Isso destaca a importância de garantir a 
imparcialidade e a justiça no desenvolvimento e uso da inteligência artificial no campo 
jurídico. 
Outra  questão  relevante  é  a  privacidade  e  a  proteção  de  dados. A  inteligência 
artificial depende de grandes conjuntos de dados para aprender e tomar decisões. No 
entanto, o acesso e o uso desses dados podem levantar preocupações quanto à privacidade 
das informações pessoais e sensíveis. É necessário estabelecer regulamentações claras 
para proteger os direitos dos indivíduos e garantir a conformidade com as leis de proteção 
de dados.  
 
 
 
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Além dos desafios éticos e legais, a IA também levanta questões sobre o impacto 
no mercado de trabalho jurídico. À medida que a automação se torna mais difundida, 
algumas  tarefas  anteriormente  realizadas  por  advogados  podem  ser  substituídas  por 
sistemas de IA.  Isso pode afetar a demanda por profissionais do direito e exigir uma 
adaptação no perfil e nas habilidades necessárias para atuar nesse campo. 
Apesar dos desafios, a inteligência artificial oferece oportunidades significativas 
para melhorar o acesso à justiça. Por exemplo, sistemas de IA podem ajudar a fornecer 
serviços jurídicos básicos a comunidades carentes ou áreas remotas que não têm acesso 
fácil a advogados. A IA também pode facilitar a resolução de disputas online, oferecendo 
métodos alternativos de solução de conflitos de forma eficiente e acessível. 
Além disso, a inteligência artificial pode ser uma poderosa ferramenta no combate 
à corrupção e no aumento da transparência. Ela pode analisar grandes volumes de dados 
governamentais  e  identificar  padrões  suspeitos  ou  práticas  ilegais,  auxiliando  na 
prevenção e na detecção de atos de corrupção. 
Em resumo, a interseção entre inteligência artificial e direito representa um campo 
em  constante  evolução  e  repleto  de  desafios  e  oportunidades.  A  aplicação  ética  e 
responsável  da  inteligência  artificial  no  sistema  jurídico  requer  a  colaboração  de 
profissionais  do  direito,  especialistas  em  tecnologia  e  legisladores  para  desenvolver 
políticas  e  regulamentações  adequadas.  A  inteligência  artificial  tem  o  potencial  de 
melhorar  a  eficiência,  a  transparência  e  a  acessibilidade  do  sistema  jurídico,  mas  é 
fundamental garantir que ela seja usada de maneira justa, imparcial e em conformidade 
com os princípios legais e éticos. 
A  inteligência  artificial  (IA)  tem  desempenhado  um  papel  cada  vez  mais 
significativo no campo jurídico, automatizando tarefas rotineiras, agilizando processos e 
trazendo novas possibilidades para o acesso à justiça. No entanto, essa transformação 
também  traz  consigo  desafios  éticos,  legais  e  sociais  que  precisam  ser  explorados  e 
abordados de forma cuidadosa. Este artigo tem como objetivo examinar o impacto da 
inteligência artificial na automação de tarefas jurídicas, discutir os desafios éticos e legais 
associados à sua implementação, analisar o papel da IA na democratização do acesso à 
justiça e abordar a necessidade de regulamentação no campo jurídico. Além disso, serão 
apresentadas reflexões sobre o futuro da inteligência artificial e do direito, considerando  
 
 
 
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as oportunidades e desafios que essa evolução tecnológica traz consigo. Ao explorar esses 
tópicos, espera-se fornecer uma compreensão abrangente sobre o impacto da IA no campo 
jurídico  e  as  considerações  necessárias  para  uma  adoção  responsável  e  ética  da 
inteligência artificial. 
 
O  IMPACTO  DA  INTELIGÊNCIA  ARTIFICIAL  NA  AUTOMAÇÃO  DE 
TAREFAS JURÍDICAS 
A  automatização  de  tarefas  jurídicas  por  meio  da  inteligência artificial tem  se 
tornado uma realidade cada vez mais presente no campo do direito. A  capacidade da 
inteligência artificial em processar grandes volumes de dados e tomar decisões complexas 
tem sido aproveitada para agilizar e aprimorar atividades rotineiras, como pesquisa de 
jurisprudência, revisão de contratos e redação de documentos legais. Nesse sentido, o 
impacto da inteligência artificial na automação de tarefas jurídicas é evidente e merece 
ser explorado mais profundamente. 
A  pesquisa  de  jurisprudência  é  uma  atividade  crucial  para  os  profissionais  do 
direito,  que  demanda  tempo  e  recursos  significativos.  No  entanto,  com  o  avanço  da 
inteligência  artificial,  sistemas  computacionais  têm  sido  desenvolvidos  para  analisar 
grandes  volumes  de  informações  legais  e  identificar  casos  precedentes  relevantes  de 
forma rápida e precisa (KATZ; BOMMARITO; BLACKMAN, 2017). Essas tecnologias, 
baseadas em algoritmos de aprendizado de máquina, são capazes de realizar análises de 
texto  em  larga  escala,  localizando  termos-chave,  interpretando  a  relevância  dos 
documentos  e  oferecendo  informações  relevantes  para  embasar  as  decisões  jurídicas 
(BOMMARITO et al., 2010). 
Além da pesquisa de jurisprudência, a revisão de contratos é outra atividade que 
pode ser automatizada com o uso da inteligência artificial. O processamento de linguagem 
natural e algoritmos de aprendizado de máquina permitem que sistemas de IA analisem 
contratos, identifiquem cláusulas específicas, verifiquem a conformidade legal, detectem 
potenciais riscos e forneçam sugestões de revisão (ASHAR, 2018). Isso proporciona uma 
maior eficiência ao processo de revisão contratual, reduzindo o tempo necessário para a 
análise manual e minimizando o risco de erros humanos.  
 
 
 
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A  redação  de  documentos  legais  também  pode  se  beneficiar  da  automação 
proporcionada pela inteligência artificial. Sistemas de IA, utilizando técnicas de geração 
de  linguagem  natural,  podem  produzir  rascunhos  de  contratos,  petições  e  outros 
documentos  com  base em  modelos  pré-existentes  e  em  informações  fornecidas  pelos 
usuários (WINKLER, 2018). Essa automatização da redação legal não apenas agiliza o 
processo de criação de documentos, mas também auxilia na padronização e consistência 
das informações, reduzindo a probabilidade de erros e omissões. 
O impacto da automação de tarefas jurídicas na eficiência e precisão do trabalho 
jurídico  é  inegável.  A  velocidade  e  a  capacidade  de  processamento  da  inteligência 
artificial permitem que tarefas que antes demandavam horas ou até mesmo dias sejam 
concluídas  em  questão  de  minutos.  Isso  libera  os  profissionais  do  direito  para  se 
concentrarem em atividades de maior valor agregado, como análise de casos complexos, 
estratégias  de  litígio  e  aconselhamento  jurídico  (DENTONS,  2021).  Além  disso,  a 
automatização reduz o risco de erros humanos, uma vez que os sistemas de IA podem ser 
projetados para seguir padrões e diretrizes pré-definidos com alta precisão (ZEINER; 
NISSENBAUM, 2020). 
Contudo, é importante ressaltar que a automação de tarefas jurídicas por meio da 
inteligência artificial  não  substitui a  expertise e  o  discernimento  dos  profissionais  do 
direito. A inteligência artificial é uma ferramenta auxiliar que fornece suporte e agilidade 
aos processos jurídicos, mas a interpretação do direito e a tomada de decisões continuam 
sendo responsabilidades humanas. A autonomia da inteligência artificial é limitada pelo 
escopo e pelas instruções fornecidas pelos especialistas do direito, que devem exercer 
supervisão e discernimento em relação às recomendações e resultados apresentados pelos 
sistemas de IA (SANDVIK, 2018). 
Em suma, o impacto da inteligência artificial na automação de tarefas jurídicas é 
notável e promissor. A pesquisa de jurisprudência, a revisão de contratos e a redação de 
documentos  legais  são  atividades  que  têm  se  beneficiado  significativamente  das 
capacidades  da  inteligência  artificial. A  automação  proporcionada  pela  IA  melhora  a 
eficiência e a precisão do trabalho jurídico, permitindo que os profissionais do direito se 
concentrem  em  questões  mais  complexas  e  estratégicas.  No  entanto,  é  essencial  
 
 
 
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compreender  que  a  inteligência  artificial  é  uma  ferramenta  auxiliar  e  não  substitui  a 
expertise humana e a tomada de decisões responsável e ética no campo jurídico. 
A inteligência artificial (IA) tem tido um impacto significativo na automação de 
tarefas jurídicas, transformando a maneira como os profissionais do direito lidam com 
seus casos. Neste contexto, a IA é capaz de realizar uma série de tarefas que anteriormente 
eram desempenhadas exclusivamente por advogados e outros profissionais jurídicos. 
Uma das principais áreas em que a IA tem sido aplicada é a pesquisa legal. Com 
a capacidade de processar e analisar grandes volumes de dados jurídicos, os sistemas de 
IA  podem  auxiliar  os  advogados  na  busca  por  precedentes  legais  relevantes, 
economizando tempo e aumentando a eficiência do processo. 
Além disso, a IA também tem sido usada para revisar documentos legais, como 
contratos  e  acordos.  Os  algoritmos  de  aprendizado  de  máquina  podem  identificar 
cláusulas padrão, detectar erros e inconsistências, contribuindo para uma revisão mais 
precisa e minuciosa. 
Outra aplicação da IA na automação de tarefas jurídicas é a previsão de resultados 
judiciais. Com base em modelos estatísticos e análise de dados históricos, os sistemas de 
IA podem fornecer estimativas sobre as chances de sucesso em um caso, permitindo que 
os advogados tomem decisões mais informadas sobre a estratégia legal a ser adotada 
(ASHAR, 2018). 
A automação de tarefas repetitivas também é uma área em que a IA desempenha 
um papel importante. Tarefas como preenchimento de formulários, geração de relatórios 
e  organização  de  documentos  podem  ser  facilmente  realizadas  por  sistemas  de  IA, 
liberando os profissionais jurídicos para se concentrarem em atividades mais complexas 
e estratégicas. 
A IA também pode ser utilizada na análise de riscos legais. Ao examinar contratos 
e  outras  informações  relevantes,  os  algoritmos  de  IA  podem  identificar  potenciais 
problemas jurídicos, permitindo que os advogados ajam proativamente para mitigar riscos 
antes que se tornem problemas reais. 
A automação de tarefas jurídicas por meio da IA também pode contribuir para a 
redução de erros humanos. Os sistemas de IA são capazes de processar informações com  
 
 
 
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extrema precisão e consistência, minimizando a ocorrência de falhas que podem resultar 
em consequências legais negativas. 
A IA também pode melhorar a velocidade e a eficiência dos processos judiciais. 
Por exemplo, os sistemas de IA podem analisar grandes volumes de documentos em um 
curto período de tempo, acelerando o processo de descoberta e permitindo que os casos 
sejam resolvidos de forma mais rápida (DENTONS, 2021). 
Além disso, a IA pode auxiliar na identificação de padrões e tendências em dados 
jurídicos. Isso pode ser útil para advogados que desejam entender melhor o histórico de 
decisões judiciais ou identificar possíveis lacunas na legislação. 
A automação de tarefas jurídicas também pode ter um impacto nos custos. Ao 
eliminar a necessidade de recursos humanos para executar tarefas rotineiras, os escritórios 
de advocacia podem reduzir seus gastos e, potencialmente, oferecer serviços jurídicos 
mais acessíveis. 
No  entanto,  é  importante  ressaltar  que  a  IA  não  substitui  completamente  os 
profissionais jurídicos. Embora seja capaz de realizar tarefas específicas, a tomada de 
decisão  legal  complexa  ainda  requer  o  conhecimento  e  a  expertise  de  um  advogado 
humano. 
Além disso, a IA levanta questões éticas e legais que precisam ser consideradas. 
Por exemplo, a privacidade e a segurança dos dados podem ser comprometidas se as 
informações  confidenciais  dos  clientes  forem  processadas  por  sistemas  de  IA  sem 
salvaguardas adequadas. 
Outro  desafio  é  garantir  a  transparência  dos  algoritmos  de  IA.  Os  resultados 
produzidos  por  sistemas  de  IA  devem  ser  compreensíveis  e  auditáveis,  para  que  os 
profissionais jurídicos possam entender como as decisões foram tomadas e identificar 
possíveis vieses ou erros (BOMMARITO, 2010). 
Além disso, a implementação da IA na automação de tarefas jurídicas requer um 
planejamento cuidadoso e investimentos em infraestrutura tecnológica. Os escritórios de 
advocacia precisam adotar sistemas de IA compatíveis com suas necessidades e garantir 
que seus profissionais estejam devidamente treinados para utilizar essas ferramentas.  
 
 
 
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A  colaboração  entre  a  IA  e  os  profissionais  jurídicos  pode  levar  a  um melhor 
atendimento ao  cliente.  Com a  automação  de  tarefas  rotineiras,  os  advogados  podem 
dedicar  mais  tempo  a  interagir  com  seus  clientes,  compreender  suas  necessidades  e 
oferecer orientação personalizada. 
Por fim, é importante que os profissionais jurídicos estejam dispostos a se adaptar 
e aprender a trabalhar em conjunto com a IA. A tecnologia está em constante evolução e 
aqueles que abraçarem essas mudanças têm a oportunidade de se destacar e se beneficiar 
das vantagens oferecidas pela inteligência artificial na automação de tarefas jurídicas. 
 
DESAFIOS ÉTICOS E LEGAIS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO CAMPO 
JURÍDICO 
A implementação da inteligência artificial no campo jurídico traz consigo uma 
série de desafios éticos e legais que precisam ser abordados de forma cuidadosa. À medida 
que a inteligência artificial desempenha um papel cada vez mais significativo na tomada 
de decisões jurídicas, surgem dilemas relacionados à responsabilidade por essas decisões. 
Quem é responsável quando um algoritmo comete um erro ou toma uma decisão injusta? 
A  atribuição  de  responsabilidade  se  torna  complexa  quando  a  tomada  de  decisões  é 
transferida para sistemas de IA, exigindo uma análise aprofundada da cadeia de decisão 
e do papel dos seres humanos no processo (LEPRI et al., 2018). 
Outro desafio ético importante é a imparcialidade dos sistemas de IA utilizados 
no campo jurídico. Os algoritmos de aprendizado de máquina dependem de dados de 
treinamento para aprender padrões e tomar decisões. No entanto, se esses dados forem 
enviesados  ou  discriminatórios,  os  sistemas  de  IA  podem  perpetuar  ou  até  mesmo 
amplificar as desigualdades presentes na sociedade. A imparcialidade algorítmica é um 
tema crítico,  especialmente  quando  se  trata  de  questões  como  seleção  de  candidatos, 
determinação  de  sentenças  ou  aplicação  de  políticas  legais  (ANGWIN  et  al.,  2016). 
Garantir a imparcialidade dos sistemas de IA requer um cuidadoso processo de seleção 
de  dados  de  treinamento,  bem  como  a  implementação  de  mecanismos  de  revisão  e 
monitoramento contínuos.  
 
 
 
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A privacidade e a proteção de dados são preocupações legais fundamentais no 
contexto da inteligência artificial no campo jurídico. A utilização de dados pessoais e 
sensíveis para treinar e alimentar sistemas de IA levanta questões sobre o consentimento 
informado, a transparência no uso dos dados e a conformidade com as leis de proteção de 
privacidade. O acesso e o armazenamento adequados desses dados são vitais para evitar 
violações de privacidade e garantir a confidencialidade das informações dos indivíduos 
envolvidos  (BARFIELD  et  al.,  2019). A  conformidade  com  regulamentações  como  o 
Regulamento  Geral  de  Proteção  de  Dados  (GDPR)  na  União  Europeia  e  leis  de 
privacidade em outros países é essencial para mitigar riscos legais e éticos. 
Além disso, a transparência dos sistemas de IA também se torna um desafio ético 
e legal. Os algoritmos utilizados em sistemas de IA podem ser extremamente complexos 
e difíceis de compreender, mesmo para especialistas do campo. A falta de transparência 
desses algoritmos pode prejudicar a confiança na tomada  de decisões automatizada e 
dificultar  a  responsabilização  em  casos  de  resultados  indesejados  ou  discriminatórios 
(KROLL et al., 2017). Portanto, é necessário estabelecer mecanismos de explicabilidade 
e  interpretabilidade  dos  sistemas  de  IA,  permitindo  que  os  indivíduos  afetados 
compreendam como as decisões foram tomadas e possam questionar ou contestar essas 
decisões quando necessário. 
A segurança cibernética é um desafio significativo no contexto da inteligência 
artificial  no  campo  jurídico.  À  medida  que  mais  dados  e  informações  sensíveis  são 
armazenados e processados por sistemas de IA, a proteção contra ataques cibernéticos e 
violações de segurança se torna essencial. A falha na proteção adequada dos sistemas de 
IA pode levar à exposição de informações confidenciais, violações de privacidade e até 
mesmo manipulação de resultados jurídicos (DAVIDSON et al., 2019). A implementação 
de  medidas  robustas  de  segurança  cibernética,  como  criptografia  de  dados, 
monitoramento constante e testes de penetração, é fundamental para garantir a integridade 
e a confiabilidade dos sistemas de IA no campo jurídico. 
Em suma, a implementação da inteligência artificial no campo jurídico apresenta 
desafios  éticos  e  legais  complexos.  A  responsabilidade  por  decisões  algorítmicas,  a 
imparcialidade dos sistemas de IA, as preocupações com privacidade e proteção de dados, 
a  transparência  dos  algoritmos  e  a  segurança  cibernética  são  questões  cruciais  que  
 
 
 
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demandam atenção cuidadosa. A abordagem desses desafios exige uma combinação de 
regulamentações legais claras, mecanismos de supervisão e auditoria, e a colaboração 
entre especialistas em direito, ética, tecnologia e sociedade para garantir o uso ético, justo 
e seguro da inteligência artificial no campo jurídico. 
 
O  PAPEL  DA  INTELIGÊNCIA  ARTIFICIAL  NA  DEMOCRATIZAÇÃO  DO 
ACESSO À JUSTIÇA 
A inteligência artificial desempenha um papel fundamental na democratização do 
acesso à justiça, contribuindo para superar algumas das barreiras que tradicionalmente 
limitam o alcance dos serviços jurídicos. Através do uso de sistemas de IA, é possível 
ampliar o acesso à informação jurídica, oferecer suporte a pessoas com recursos limitados 
e melhorar a eficiência do sistema judicial como um todo. 
Uma  das  maneiras  pelas  quais  a  inteligência  artificial  democratiza  o  acesso  à 
justiça  é  por  meio  da  disponibilização  de  informações  legais  de  forma  acessível  e 
compreensível para o público em geral. Plataformas de IA podem fornecer respostas a 
perguntas legais básicas, explicar terminologias complexas e orientar os indivíduos em 
relação  aos  seus  direitos  e  obrigações  legais.  Essa  disponibilidade  de  informações 
jurídicas de forma simplificada e acessível reduz a assimetria de conhecimento e capacita 
as pessoas a tomar decisões mais informadas sobre questões legais que afetam suas vidas 
(MITTELSTADT et al., 2019). 
Além disso, a inteligência artificial pode ser utilizada para fornecer assistência 
jurídica a pessoas que não têm condições de contratar advogados. Chatbots jurídicos e 
assistentes virtuais baseados em IA podem interagir com os usuários, fazer perguntas 
relevantes, fornece orientações legais e até mesmo auxiliar na redação de documentos 
legais simples. Essa forma de assistência jurídica automatizada e acessível aumenta a 
disponibilidade de suporte legal para comunidades marginalizadas e indivíduos de baixa 
renda que de outra forma não teriam acesso a serviços jurídicos adequados (LARSON et 
al., 2016). 
A inteligência artificial também pode ser aplicada na resolução de disputas legais, 
especialmente em casos de menor complexidade. Sistemas de mediação online baseados  
 
 
 
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em IA podem ajudar as partes envolvidas a encontrar soluções negociadas e resolver suas 
disputas de forma mais rápida e econômica, sem a necessidade de recorrer a um tribunal. 
Essas  plataformas  podem  analisar  evidências,  avaliar  argumentos  e  propor  soluções 
imparciais, oferecendo uma alternativa eficiente e acessível para a resolução de conflitos 
(KAUFMANN-KOHLER et al., 2019). 
Ademais,  a  inteligência  artificial  também  pode  ser  usada  para  melhorar  a 
eficiência  e  a  agilidade  do  sistema  judicial  como  um  todo.  Sistemas  de  IA  podem 
automatizar tarefas repetitivas e burocráticas, como a revisão de documentos legais e a 
análise de jurisprudência, permitindo que os profissionais do direito se concentrem em 
atividades de maior valor agregado. Isso resulta em uma maior celeridade na tramitação 
dos processos e na redução dos custos associados ao sistema judicial, o que, por sua vez, 
torna a justiça mais acessível a um número maior de pessoas (GALANTER et al., 2021). 
Conclui-se  que  a  inteligência  artificial  desempenha  um  papel  crucial  na 
democratização do acesso à justiça. Através da disponibilização de informações legais 
acessíveis, assistência jurídica automatizada, resolução de disputas online e aumento da 
eficiência do sistema judicial, a IA permite que um número maior de pessoas tenha acesso 
aos serviços e recursos jurídicos. No entanto, é importante garantir que essas tecnologias 
sejam implementadas de forma ética e responsável, levando em consideração questões de 
privacidade,  imparcialidade  e  transparência,  a  fim  de  promover  uma  justiça 
verdadeiramente inclusiva e equitativa para todos. 
 
REGULAMENTAÇÃO  DA  INTELIGÊNCIA  ARTIFICIAL  NO  CAMPO 
JURÍDICO 
A  regulamentação  da  inteligência  artificial  no  campo  jurídico  é  um  tema  de 
extrema importância, considerando os desafios éticos, legais e sociais que surgem com o 
avanço dessa tecnologia. A implementação de leis e políticas adequadas busca equilibrar 
o desenvolvimento e o uso responsável da inteligência artificial, garantindo a proteção 
dos direitos e valores fundamentais. 
Um dos principais objetivos da regulamentação da inteligência artificial é garantir 
a  transparência  e  a  responsabilidade  dos  sistemas  de  IA.  Isso  inclui  a  exigência  de  
 
 
 
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FREITAS,  C. A.;  LACERDA,  E. V. A  termodinâmica  do  oscilador  harmônico.  Revista  Eletrônica Amplamente, 
Natal/RN, v. 2, n. 3, p. 107-123, jul./set. 2023. ISSN: 2965-0003. 
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divulgação clara sobre a utilização de algoritmos e sistemas de IA em processos jurídicos, 
bem como a identificação dos responsáveis pelas decisões tomadas por esses sistemas. A 
regulamentação deve estabelecer diretrizes para a auditoria e a supervisão dos sistemas 
de IA, a fim de garantir a conformidade com princípios éticos e legais (BODONI et al., 
2021). 
Outro  aspecto  fundamental  da  regulamentação  da  IA  no  campo  jurídico  é  a 
proteção dos direitos fundamentais e da privacidade dos indivíduos. A legislação deve 
abordar  questões  relacionadas  à  coleta,  armazenamento  e  uso  de  dados  pessoais, 
estabelecendo limites claros e garantindo o consentimento informado dos envolvidos. 
Além disso, é importante regular o uso de técnicas de reconhecimento facial e outras 
tecnologias de vigilância que possam comprometer a privacidade dos indivíduos durante 
procedimentos legais (BOJICIC-DZELILOVIC et al., 2020). 
A imparcialidade e a equidade dos sistemas de IA no campo jurídico são desafios 
cruciais a serem enfrentados na regulamentação. É necessário estabelecer salvaguardas 
para evitar vieses discriminatórios e injustiças causadas por algoritmos. Isso envolve a 
seleção e o tratamento adequados dos dados de treinamento, bem como a realização de 
testes  e  auditorias  periódicas  para  identificar  e  mitigar  possíveis  discriminações 
algorítmicas (LARSON et al., 2016). 
A regulamentação também deve abordar a responsabilidade civil e legal em casos 
de danos causados pelo uso de sistemas de IA no campo jurídico. É fundamental definir 
claramente  quem  é  responsável  por  decisões  e  erros  algorítmicos,  considerando  a 
complexidade dos sistemas de IA e a interação entre humanos e máquinas. A atribuição 
de responsabilidade deve levar em conta não apenas os desenvolvedores e operadores dos 
sistemas de IA, mas também os usuários e as organizações que os utilizam (YEUNG et 
al., 2019). 
Além  disso,  a  regulamentação  da  IA  no  campo  jurídico  deve  considerar  a 
interoperabilidade e a portabilidade dos sistemas de IA. Isso significa que os sistemas 
utilizados  devem  ser  capazes  de  funcionar  em  conjunto,  compartilhar  informações  e 
permitir  a  migração  entre  diferentes  plataformas  e  fornecedores. A  padronização  e  a 
compatibilidade entre os sistemas de IA facilitam a cooperação entre diferentes atores 
jurídicos e promovem a concorrência saudável no mercado (BRKAN et al., 2021).  
 
 
 
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FREITAS,  C. A.;  LACERDA,  E. V. A  termodinâmica  do  oscilador  harmônico.  Revista  Eletrônica Amplamente, 
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 O FUTURO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E DO DIREITO 
O futuro da inteligência artificial (IA) e do direito é promissor e desafiador. A 
contínua evolução e aplicação da IA no campo jurídico têm o potencial de transformar a 
maneira como os serviços jurídicos são prestados, assim como a forma como a justiça é 
administrada.  No  entanto,  essa  transformação  também  levanta  questões  e  desafios 
significativos que precisam ser enfrentados. 
Uma das áreas em que a IA tem o potencial de impactar positivamente o campo 
jurídico é a automação de tarefas rotineiras e repetitivas. Processos como pesquisa de 
jurisprudência, revisão de contratos e redação de documentos legais podem ser agilizados 
e  aprimorados  com  o  uso  de  algoritmos  e  técnicas  de  aprendizado  de  máquina.  Isso 
permite  que  os  profissionais  do  direito  se  concentrem  em  atividades  de  maior  valor 
agregado, como aconselhamento estratégico e tomada de decisões complexas (DUFFY, 
2019). 
Além disso, a IA tem o potencial de melhorar a eficiência e a precisão das decisões 
jurídicas. Sistemas de IA podem analisar grandes volumes de informações jurídicas, como 
jurisprudência e doutrina, identificando padrões e insights que podem apoiar a tomada de 
decisões mais informadas. Isso pode ajudar a reduzir a carga de trabalho dos tribunais, 
acelerar  o  processo  de  resolução  de  litígios  e  melhorar  a  consistência  das  decisões 
judiciais (HOGARTH, 2020). 
No entanto, o futuro da IA no campo jurídico também levanta desafios éticos e 
legais que exigem atenção cuidadosa. A responsabilidade por decisões algorítmicas, a 
imparcialidade dos sistemas de IA e a proteção da privacidade e dos direitos individuais 
são  questões  cruciais  que  precisam  ser  abordadas. A  regulamentação  e  a  supervisão 
adequadas  são  necessárias  para  garantir  que  a  implementação  da  IA  seja  ética, 
transparente e respeite os valores fundamentais do sistema jurídico (CALO, 2017). 
Outro aspecto importante a ser considerado é o impacto social da IA no campo 
jurídico.  A  automação  de  tarefas  jurídicas  pode  levar  a  mudanças  na  demanda  por 
profissionais do direito e na estrutura da indústria jurídica como um todo. É necessário 
preparar os profissionais do direito para se adaptarem a essas mudanças, desenvolvendo  
 
 
 
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FREITAS,  C. A.;  LACERDA,  E. V. A  termodinâmica  do  oscilador  harmônico.  Revista  Eletrônica Amplamente, 
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habilidades complementares à IA, como pensamento estratégico, empatia e resolução de 
problemas complexos (LARSON et al., 2016). 
Além disso, a colaboração entre especialistas em direito e tecnologia é essencial 
para moldar o futuro da IA no campo jurídico. A interdisciplinaridade e o diálogo entre 
essas  áreas  podem  levar  a  soluções  inovadoras  e  equilibradas,  que  combinem  o 
conhecimento  jurídico  com  o  potencial  transformador  da  IA.  A  cooperação  entre 
governos, instituições acadêmicas, setor privado e sociedade civil também desempenha 
um  papel  fundamental  na  definição  de  políticas  e  diretrizes  que  orientem  o 
desenvolvimento e o uso responsável da IA no campo jurídico (PERRY, 2019). 
O futuro da inteligência artificial e do direito é um campo dinâmico e repleto de 
oportunidades e desafios. À medida que a IA continua a evoluir, é fundamental abordar 
questões éticas, legais e sociais, garantindo que a implementação da IA seja feita de forma 
ética,  transparente  e  respeitando  os  princípios  fundamentais  do  sistema  jurídico.  A 
colaboração entre especialistas em direito e tecnologia e a regulamentação adequada são 
essenciais para aproveitar todo o potencial da IA e promover um campo jurídico mais 
eficiente e acessível. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
À medida que chegamos ao final dessa análise sobre o impacto da inteligência 
artificial no campo jurídico, podemos fazer algumas considerações finais acerca desse 
tema complexo e em constante evolução. 
A inteligência artificial tem o potencial de revolucionar a forma como os serviços 
jurídicos são prestados, trazendo benefícios significativos para profissionais do direito e 
para a sociedade como um todo. A automação de tarefas rotineiras e repetitivas permite 
que os advogados se concentrem em atividades mais estratégicas, como aconselhamento 
jurídico de alta qualidade, e agiliza o processo de resolução de disputas. Isso leva a uma 
maior  eficiência  no  sistema  jurídico,  reduzindo  custos  e  tempo  gasto  em  processos 
burocráticos. 
No entanto, essa transformação traz consigo desafios éticos e legais que exigem 
atenção  e  regulamentação  adequada. A  responsabilidade  por  decisões  algorítmicas,  a  
 
 
 
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FREITAS,  C. A.;  LACERDA,  E. V. A  termodinâmica  do  oscilador  harmônico.  Revista  Eletrônica Amplamente, 
Natal/RN, v. 2, n. 3, p. 107-123, jul./set. 2023. ISSN: 2965-0003. 
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imparcialidade dos sistemas de IA e a proteção da privacidade e dos direitos individuais 
são  questões  que  precisam  ser  abordadas  com  cuidado.  A  transparência  e  a 
responsabilidade na utilização da IA são essenciais para garantir a confiança das partes 
envolvidas no sistema jurídico. 
Além disso, a implementação da IA no campo jurídico deve ser guiada por valores 
éticos,  como  justiça,  imparcialidade  e  equidade.  A  necessidade  de  evitar  vieses 
discriminatórios e garantir que os sistemas de IA sejam desenvolvidos e treinados de 
forma apropriada é uma preocupação fundamental. A diversidade e a inclusão devem ser 
consideradas  na  concepção  e  no  desenvolvimento  de  algoritmos,  a  fim  de  evitar 
discriminações algorítmicas que possam perpetuar desigualdades existentes. 
Outra consideração importante é o impacto social da IA no campo jurídico. A 
automação de tarefas jurídicas pode levar a mudanças na demanda por profissionais do 
direito e na estrutura da indústria jurídica. É fundamental preparar os advogados para se 
adaptarem  a  essas  mudanças,  desenvolvendo  habilidades  complementares  à  IA  e 
explorando novas oportunidades de atuação. 
A colaboração entre especialistas em direito e tecnologia desempenha um papel 
crucial no futuro da IA no campo jurídico. A interdisciplinaridade e o diálogo entre essas 
áreas podem levar a soluções inovadoras e equilibradas, que combinem o conhecimento 
jurídico com o potencial transformador da IA. Essa cooperação também é fundamental 
na definição de políticas e diretrizes que orientem o desenvolvimento e o uso responsável 
da IA no campo jurídico. 
A regulamentação adequada da IA no campo jurídico é essencial para garantir uma 
implementação  ética  e  transparente.  A  legislação  deve  abordar  questões  como 
transparência algorítmica, proteção de dados, responsabilidade por decisões algorítmicas 
e direitos individuais. Os governos, instituições acadêmicas, setor privado e sociedade 
civil devem trabalhar em conjunto para criar um ambiente regulatório que promova a 
inovação, ao mesmo tempo em que protege os valores e direitos fundamentais. 

  • A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O DIREITO

Referências

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FREITAS,  C. A.;  LACERDA,  E. V. A  termodinâmica  do  oscilador  harmônico.  Revista  Eletrônica Amplamente, 
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são  questões  que  precisam  ser  abordadas  com  cuidado.  A  transparência  e  a 
responsabilidade na utilização da IA são essenciais para garantir a confiança das partes 
envolvidas no sistema jurídico. 
Além disso, a implementação da IA no campo jurídico deve ser guiada por valores 
éticos,  como  justiça,  imparcialidade  e  equidade.  A  necessidade  de  evitar  vieses 
discriminatórios e garantir que os sistemas de IA sejam desenvolvidos e treinados de 
forma apropriada é uma preocupação fundamental. A diversidade e a inclusão devem ser 
consideradas  na  concepção  e  no  desenvolvimento  de  algoritmos,  a  fim  de  evitar 
discriminações algorítmicas que possam perpetuar desigualdades existentes. 
Outra consideração importante é o impacto social da IA no campo jurídico. A 
automação de tarefas jurídicas pode levar a mudanças na demanda por profissionais do 
direito e na estrutura da indústria jurídica. É fundamental preparar os advogados para se 
adaptarem  a  essas  mudanças,  desenvolvendo  habilidades  complementares  à  IA  e 
explorando novas oportunidades de atuação. 
A colaboração entre especialistas em direito e tecnologia desempenha um papel 
crucial no futuro da IA no campo jurídico. A interdisciplinaridade e o diálogo entre essas 
áreas podem levar a soluções inovadoras e equilibradas, que combinem o conhecimento 
jurídico com o potencial transformador da IA. Essa cooperação também é fundamental 
na definição de políticas e diretrizes que orientem o desenvolvimento e o uso responsável 
da IA no campo jurídico. 
A regulamentação adequada da IA no campo jurídico é essencial para garantir uma 
implementação  ética  e  transparente.  A  legislação  deve  abordar  questões  como 
transparência algorítmica, proteção de dados, responsabilidade por decisões algorítmicas 
e direitos individuais. Os governos, instituições acadêmicas, setor privado e sociedade 
civil devem trabalhar em conjunto para criar um ambiente regulatório que promova a 
inovação, ao mesmo tempo em que protege os valores e direitos fundamentais. 
 

 
 
 
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FREITAS,  C. A.;  LACERDA,  E. V. A  termodinâmica  do  oscilador  harmônico.  Revista  Eletrônica Amplamente, 
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Clayton Alencar Correspondente Jurídico

Bacharel em Direito - Cajazeiras, PB


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