Primeiramente, gostaria de informar que as “gafes” que irei contar são de histórias vivenciadas por mim ou não. Com uma pitada de ficção e um pouco de exagero para dar uma apimentada na piada e dar um ar de irreverência e graça!
Por que não rir de nós mesmos? Dizem que o segredo do sucesso é não nos criticar, mas rir de nós mesmos. E isso pode até ser divertido! Quantas vezes nos deparamos com uma situação inusitada, chata, difícil... E pensamos com fé: “um dia irei rir dessa história ou situação”! Sempre digo isso, como também digo: “pelo menos daqui um tempo vou ter uma história engraçada para contar”! E a vida é assim, todos temos histórias para contar, umas felizes, outras tristes e outras engraçadas. Imagine se não tivéssemos histórias para contar! Seríamos chatos, ranzinzas e sem contexto, e é tão bom sentar com alguém com experiência de vida, uma pessoa cheia de histórias para contar. Aprendemos que afinal, as pessoas bem sucedidas têm muitas histórias para contar... E com certeza terão muitas “gafes”!
Infelizmente, a vida acadêmica, nossas faculdades, universidades não ensinam a prática das profissões, tem certas carreiras como Direito que tem tantos procedimentos, até comportamentais que não se ensinam e não se aprende nos bancos da graduação. Como dizia um professor de prática jurídica que tive a honra de ter sido aluna, “Vocês vão ver é no décimo primeiro período!”. Em praticamente todas as aulas que ministrava ele dizia essa frase. À época, não entendia o porquê daquela frase, pensava que poderia ser um aviso... Talvez um tipo de “ameaça” àqueles que sempre se evadiam de suas aulas, mas sempre misturava em mim um tipo de medo e ansiedade para chegar ao período ao qual ele chamava de “décimo primeiro período”.
Enfim... Após a dolorosa época em que vivi para passar no Exame de Ordem, cheguei ao tão temido “décimo primeiro período” na mesma época em que começou a se falar em certificação digital e eu não sabia se tinha mais medo do “décimo primeiro período” ou do tal de certificado digital.
Vamos ao primeiro dia de FÓRUM: entrei no recinto como de costume, mas agora o ego era inflado, pois já possuía a Carteira na mão e tinha no mais íntimo desejo em exibi-la, e tenho certeza de que todos os advogados tem orgulho de dar a famosa “carteirada”, pois nós sabemos que quando a apresentamos, as pessoas nos olham diferente, e com respeito. Enfim, fui fazer uma carga de um processo e apesar de ter ensaiado o número de inscrição no intuito de decorar, no momento em que o escrevente me perguntou o número e dei aquela famosa “gaguejada” de quem está nervoso e falei um número diverso da minha inscrição, sendo que fui questionada: - “mas esse número é de outro advogado doutora!”, respondi: - “Espera um momento que vou confirmar o número”. Nessa hora eu devia estar roxa de vergonha! Pois a maioria dos funcionários do Fórum estudou comigo na época do colégio ou da graduação e são conhecidos de longa data.
Não tenho problemas em fazer audiências cíveis, criminal, mas a audiência trabalhista me deu certo pavor na primeira vez, não sei se é o fato de ter em torno de dez advogados te olhando, um entra e sai na sala de audiências, além dos reclamantes, testemunhas, prepostos, Magistrado, Escrevente... Enfim... São muitas pessoas num mesmo ambiente e eu confesso tenho pânico de lugares fechados combinado com muitas pessoas em minha volta. Não mencionei que a JUSTIÇA DO TRABALHO da cidade de Itaúna/MG onde resido é ao lado do Cemitério da cidade, talvez por isso o receio. A primeira audiência trabalhista que fiz foi uma AIJ, para quem não é da área, Audiência de Instrução e Julgamento e estávamos num calor de aproximadamente 32 graus, sem ar condicionado, sem ventilador, somente uma janela aos fundos do Magistrado para ventilar uma sala grande. Enquanto, aguardava a minha audiência, que era a próxima da ata, prestava atenção em dois movimentos estranhos dentro da sala, um era uma barata que andava no sapato de uma advogada que veio a subir no seu vestido e ao fundo na janela, um escorpião, sim, um escorpião que poderia estar fugindo do calor do cemitério ou estar a procura da barata. Engraçado que nenhuma das pessoas presentes no recinto tiveram coragem de falar ou comentar o que estava ocorrendo. Sendo o desfecho da história: o escorpião ficou subindo e descendo a parede detrás do Magistrado e a barata foi embora com a Advogada pendurada no seu vestido. Pelo menos ela levou o inseto embora com ela, pois jamais iria conseguir fazer audiência preocupada com a barata! O escorpião pelo menos eu o tinha na mira. Hoje, já me acostumei.
Para que não fique muito extenso o artigo, em breve, irei publicar mais histórias engraçadas sobre o tema.
ANNA KARENINA ANTUNES SPÍNOLA, Publicitária, Advogada Empresarial e Tributário, M.B.A Internacional em Direito Tributário pela FGV/FORDHAM (em andamento).