Inicialmente, precisamos esclarecer alguns conceitos.
Sociedade é uma rede de pessoas vivendo juntas, de forma cultural, econômica, religiosa e politicamente compartilhada. Agrupamento, associação amistosa em que pessoas compartilham propósitos, gostos, preocupações, costumes, constituindo assim uma comunidade, gerando uma sociedade. A sociedade deve ser aberta e flexível, dinâmica, mas também pode ser fechada, rígida e estática.
Nós, seres humanos, necessitamos da convivência para nossa sobrevivência e desenvolvimento. Mesmo em períodos pré-históricos, a sobrevivência em grupos era de suma importância, pois o indivíduo solitário e isolado tende ao regresso.
A rede social de pessoas, agrupadas de forma compartilhada, procede a uma organização estatal. O Estado é uma forma organizacional de controle e desenvolvimento social. A formação estatal de natureza jurídica adquire viés político. O Estado é de natureza laica, porém no decorrer histórico, houve uma interação entre Estado e Igreja. É soberano para governar o povo–sociedade que o formou.
Definimos então o Estado como uma instituição laica, organizada de forma política, social e juridicamente, face a um território definido, regido por leis e de amplitude cultural.
Já a política tem origem na Grécia, que derivou ao longo da história como Ciência dos Estados. Tendo o homem, um ser social, necessitado de convivência intersocial para seu desenvolvimento, tem-se que o homem é um ser político. Assim sendo, a política seria o estudo no homem no contexto social de formação estatal.
A política está ligada às atividades de controle do Estado no âmbito social, interferindo na dinâmica de uma sociedade e no seu desenvolvimento.
Dito isto, temos que a descontinuidade de uma relação leva ao seu corrompimento, ou simplesmente descomposição. O ato ou efeito de se corromper remete-se à obtenção de vantagem em uma negociação, onde uma pessoa se favorece, enquanto a outra se prejudica.
A corrupção é uma quebra, deterioração de algo.
A corrupção é social. Vai desde um simples ato pessoal para com outra pessoa ou grupo, até o ato político. Furar uma fila de uma lotérica, estacionar em um local proibido e tentar “subornar” o agente de trânsito, estacionar em um local reservado a idosos ou deficiente (sem o ser), desviar verba pública em benefício próprio ou de terceiros.
Assim sendo, a corrupção é um meio ilegal de se conseguir algo. Seja um ato pessoal e corriqueiro ou um ato institucional de um membro político.
A corrupção esta cada vez mais comum em nossa sociedade. Por sermos seres humanos e passíveis de erros e egoísmo, vivemos em dilemas entre o coletivo e o individual.
A corrupção social nada mais é que o viés individual se sobrepondo ao coletivo, social. Onde o indivíduo se identifica como sendo o ser principal do contexto social. Assim, se transforma em ator principal, e para tanto lhe convém corromper os atos sociais em seu favor.
Nossos lares, trabalho, rodas de amigos, são celeiro da corrupção social. Pois uma simples (porém punível como crime) ligação de água clandestina, desvio de sinal de TV a cabo ou instalação beta do sistema operacional no computador pessoal, é resultado de uma “corrupção social tolerada”.
A corrupção política é uma extensão da corrupção social que tanto toleramos. Sermos tolerantes nos nossos atos sociais, nos leva a aceitar que nossa política, a qual deveria nos direcionar ao desenvolvimento e crescimento, seja eivada de corrupção.
A política é resultado do equilíbrio do ser humano, no limiar do coletivo e do individual. Trazer benefícios de cunho político para o pessoal é inerente ao homem atual. Pois este tratamento corrupto está inerente ao contexto político.
É de se refletir que o desenvolvimento do Brasil esteja ligado aos anseios sociais, assim como seu planejamento. Pensar em desenvolvimento significa pensar em estratégias, planejamento, execução, organização de uma sociedade plurativa.
Uma sociedade organizada politicamente traz consigo os organismos inerentes a esta estrutura, tais como a corrupção social e política. Entendo que o planejamento social é tão importante neste contexto quanto a corrupção sistemática que assola nosso cotidiano.
O atual governo, assim como governos anteriores, é inoperante na gestão administrativa estatal, do excesso de burocracia tardia à gerência estatal, assim como na inércia administrativa governamental. Não faltam recursos tecnológicos disponíveis, nos falta é a sinergia administrativa do Estado no gerenciamento administrativo.
O Brasil está passando por uma transformação profunda, assim como as sociedades em geral. É preciso planejar e executar programas de desenvolvimento que sejam compatível com os anseios sociais.
É uma missão política conciliar os anseios sociais e o mecanismo do Estado. Os anseios sociais são a base de uma democracia. Devem ser ouvidos e, na medida que possível, executados pois o poder vem do povo.
A sociedade é mutante, e assim deve ser sua base política. Em termos de normas jurídicas que regulam a sociedade, notamos uma evolução significa, pois o Direito deve ser dinâmico e acompanhar a evolução social.
A corrupção social leva a sociedade a um desequilíbrio principiológico, pois a transforma em patamares limitantes da verdade. A corrupção também é dinâmica e adaptável as transformações da sociedade. A corrupção política é um balizador da sociedade e do poder estatal, pois a transforma em base executória de suas ações.
O Brasil não é uma exceção ao contexto social global. Passamos por transformações políticas e sociais profundas. Estamos atualmente envolvidos na política nacional. Passamos ao longo de nossa história por muitos conflitos, governos e mudanças.
As transformações que estão ocorrendo no Brasil atualmente englobam as corrupções sociais e política, pois elas definem o contexto a ser introduzido em nossa sociedade. Embora a corrupção seja balizadora de nossos problemas sociais, econômicos e políticos, existe uma questão gerencial governamental, onde fatores administrativos impedem juntamente com a corrupção sistêmica o desenvolvimento social.
